As Escrituras a Biblioteca do Espírito Santo
“E eu, irmãos, apliquei
estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em
nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a
favor de um contra outro” (1Coríntios 4.6) ACF
Compilado Por Israel Reis
A Bíblia é de longe o livro mais traduzido do mundo. Partes da Bíblia
podem ser lidas atualmente em mais de 2.212 línguas diferentes e
todo ano a lista é acrescida de 40 novas traduções. Nenhum outro
livro também se aproxima da sua tiragem: o número de exemplares
impressos sobe a cada ano, apesar da Bíblia ter sido o livro mais atacado
em todos os tempos. Soberanos de todas as épocas, políticos, reis e
ditadores, até líderes religiosos e seus cúmplices tentaram privar o povo
de sua leitura. Combateram-na, despojaram-na de seu conteúdo, tentaram destruí-la.
Pode-se dizer que jamais outro livro foi tão amado, e ao mesmo tempo tão
odiado quanto a Bíblia!
Na verdade, a Bíblia é uma pequena
biblioteca formada por 66 volumes. Ela foi escrita por aproximadamente 40
autores diferentes, durante um período de mais ou menos 1500 anos.
Com toda a certeza ela não foi escrita por iniciativa coletiva. Ela também
não foi planejada por alguém. Um dos autores escreveu na Arábia,
outro na Síria, um terceiro em Israel, e ainda outro na Grécia
ou na Itália. Um dos autores atuou mais como historiador ou repórter,
outro escreveu como biógrafo, outro escreveu tratados teológicos, ainda
outro compôs poemas e escreveu provérbios, enquanto outro registrou
profecias. Eles escreveram sobre famílias, povos, reis, soberanos e
impérios do mundo. O escritor das primeiras páginas jamais poderia saber o
que outro escreveria 1400 anos mais tarde. Os escritores de séculos
futuros nunca poderiam saber, por si mesmos, o sentido profético de um
texto escrito centenas de anos antes. Mesmo assim, a Bíblia é um livro
de uma unidade impressionante, com coerência do início ao fim, tendo um
tema comum e falando de uma pessoa central: Jesus Cristo. A Bíblia é o único livro no qual milhares
de profecias se cumpriram literalmente. Suas predições realizaram-se nos
mínimos detalhes durante a história. Locais e datas mencionados nos relatos
bíblicos foram confirmados pela ciência. Quando nos perguntamos como foi
possível aos autores alcançarem uma unidade e uniformidade tão grandes no
que escreveram, concluímos que só nos resta a resposta de 2 Pedro 1.21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade
de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo” - ACF.
. Manuscritos (MSS)
Manuscritos: São rolos ou
livros escritos à mão. A Bíblia foi originalmente escrita em manuscritos,
aqueles que vieram da mão do
autor são chamados de Manuscritos originais,
os demais de Manuscritos cópias.
· Manuscritos
Originais: São Manuscritos saídos das mãos dos escritores da Bíblia, porém não há
evidências que atualmente exista algum. Os motivos de não termos
manuscritos originais são o seguinte:
1°. Um dos
materiais utilizado era o papiro, material bem perecível.
2°. Quando um
Manuscrito estragava por qualquer razão, os judeus enterravam com o
propósito de destruí-lo, afim de não correrem o risco de erro de
interpretação.
3°. Reis e homens
ímpios perseguidores de Israel destruíram muitos manuscritos.
Significado da palavra
Bíblia:
deriva de: "Biblos" (grego) = a fibra interna da planta
papiro ou folha de papiro preparada para escrita.
"Biblion"(grego) = pequeno rolo de papiro ou
pequeno livro Literalmente Bíblia significa: coleção de livros
pequenos. (plural) Depois a palavra "Biblos" foi usada
para designar um livro, de qualquer material. Inicialmente os cristãos
começaram chamar a Bíblia de "Os livros" (no plural),
depois mudaram para o singular devido as Escrituras formarem uma
unidade perfeita.
O autor da Bíblia é o Espírito Santo, que inspirou os
escritores a escreverem nos Manuscritos originais a mensagem divina sem
erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. (2Tm 3.16;
2Pe 1.21) Escrita por aproximadamente 40 escritores diferentes, em um
período de 1500 anos (aproximadamente).
Outros nomes utilizados:
- Escrituras: João 5.39 Mateus
21.42
- Santas Escrituras: Romanos
1.2
- Espada do Espírito: Efésios 6.17
- Livro do Senhor: Isaías 34.16
“Pois, se a lei chamou
deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a
Escritura não pode ser anulada)” (João 10.35) ACF
"Quem destruísse este Livro, como já
tentaram fazer os inimigos da felicidade humana, nos deixaria profundamente
desconhecedores do nosso Criador, da criação do mundo que habitamos, da
origem e dos progenitores da raça, como também do nosso futuro destino, e
nos subordinaria para sempre ao domínio do capricho, das dúvidas e da
concepção visionária. A destruição deste Livro nos privaria da religião
cristã, com todos os seus confortos espirituais, esperanças e perspectivas
animadoras, e no lugar desses, nada nos deixaria a não ser a penumbra
triste da infidelidade e as monstruosas sombras do paganismo. A destruição
deste Livro despovoaria o céu, fechando para sempre suas portas contra a
miserável posteridade de Adão, restaurando ao rei dos terrores o seu
aguilhão; enterraria no mesmo túmulo que recebe os nossos corpos, todos os
que antes de nós morreram, e deixando a nós o mesmo triste destino. Enfim,
a destruição deste Livro nos roubaria de uma vez tudo quanto evita que a
nossa existência se tome a maior das maldições; cobriria o sol; secaria o
oceano e removeria a atmosfera do mundo moral, e degradaria o homem a ponto
de ele ter ciúmes da posição dos próprios animais que perecem." Dr. Payson -
(Myer Pearlman – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – ed. vida)
Alguém já disse: “Onde a
BÍBLIA não tem VOZ não devemos ter OUVIDOS”
A
NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
"Que é a verdade?" perguntou Pilatos,
e o tom de sua voz inferiu que em vão se buscaria essa qualidade. Se não
houvesse um meio de chegar ao conhecimento de Deus, do homem e do mundo, Pilatos
então teria razão. Mas não há razão de andar às apalpadelas nas dúvidas e
no ceticismo, porque existe um livro — as Sagradas Escrituras — que "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus" (2Timóteo
3.15).
1°. Essa revelação é desejável.
O Deus que criou o universo só pode ser um Deus sábio, e um Deus sábio
certamente terá um propósito para suas criaturas. Negligenciar esse
propósito é loucura e contrariá-lo constitui pecado. Mas, como se
verifica com certeza o propósito divino?
A história prova que os homens chegam a conclusões muito diversas e
muitas pessoas não chegam a conclusão nenhuma!
A experiência demonstra que esse problema não se resolve somente pelos
estudos. Alguns não dispõem de tempo suficiente, e outros, ainda que tenham
o desejo, não possuem a habilidade; mesmo que alcançassem êxito, suas
conclusões seriam alcançadas lentamente e com grande desconfiança. Os
sábios são capazes de levantar escadas de pensamentos no esforço de
alcançarem as verdades celestiais, mas a escada mais elevada ainda estaria
muito aquém da necessidade. “O mundo pela sabedoria (filosofia) não
conheceu a Deus.” As verdades que informam o homem como passar da terra
para o céu devem ser enviadas do céu à terra. Em outras palavras, o homem
precisa de uma revelação.
2°. Essa revelação é de se esperar.
A natureza é a revelação de Deus que se alcança pela razão. Mas quando
o homem está algemado pelos seus pecados e sobrecarregada a alma, a
natureza e a razão são impotentes para esclarecer e aliviar a situação.
Vamos permitir que os homens da razão testifiquem. Disse Kant,
um dos maiores pensadores de todos os tempos, acerca dos cristãos: “Fazem
bem em basear a sua paz e piedade nos Evangelhos porque somente neles está
a fonte das verdades profundas e espirituais, depois de a razão haver
explorado em vão todas as possibilidades.”
Outro físico de renome, Hegel, quando estava no leito de
morte, não permitiu que se lesse nenhum outro livro para ele a não ser a
Bíblia. Ele disse que no caso de se prolongar a sua vida ele faria desse
Livro o seu único estudo, pois nele encontrara o que a razão não lhe pudera
proporcionar. Se existe um bom Deus, como cremos, é razoável crer que ele
conceda às suas criaturas uma revelação pessoal de si mesmo.
Assim escreveu David S. Clarke: “não podemos crer que um pai se
oculte para sempre de seu filho, sem nunca se comunicar com ele. Nem
tampouco podemos imaginar um Deus que retivesse o conhecimento do seu ser e
de sua vontade, ocultando-o às suas criaturas que ele criara à sua própria
imagem. Deus fez o homem capaz e desejoso de conhecer a realidade das
coisas. Será que ele ocultaria uma revelação que satisfizesse esse anelo? A
mitologia egípcia antiga conta a história da fabulosa Esfinge que propunha
enigmas aos transeuntes e como os matava quando não lhe podiam decifrá-los.
Não é de crer que um Deus amoroso e sábio permita que o homem pereça por
falta de conhecimento, perplexo diante do enigma do universo.” E o Dr.
Hodges escreve: “A inteligência divina nos leva a crer que Deus
tenha adaptado os meios ao fim, e que ele, enfim, coroará essa natureza religiosa
com uma religião sobrenatural. A benevolência de Deus nos conduz a esperar
que ele solucione a grave perplexidade e evite o perigo para as suas
criaturas. A justiça de Deus nos conduz à esperança de que falará ele em
tons claros e com autoridade à nossa consciência.”
3°. Essa revelação deveria estar em forma
escrita.
É razoável que sua mensagem tomasse forma de livro. Como disse o Dr.
Keyser: “Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade
em sua integridade e transmiti-la de geração a geração. A memória e a
tradição não merecem confiança. Portanto, Deus agiu com a máxima sabedoria
e também dum modo normal dando ao homem a sua revelação em forma de livro.
De nenhuma outra maneira, pelo que podemos ver, podia ter ele entregue aos
homens um ideal infalível que estivesse acessível a todos os homens e que
continuasse intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem
obter a mesma norma de fé e prática.” É razoável concluir que Deus
inspirasse os seus servos a arquivarem essas verdades, verdades que não
poderiam ser descortinadas pela razão humana. E, finalmente, é razoável
crer que Deus tivesse preservado, por sua providência, os manuscritos das
escrituras bíblicas e que tivesse influenciado a sua igreja a incluir no
cânon sagrado somente os livros que fossem divinamente inspirados.
A INSPIRAÇÃO
DAS ESCRITURAS
1°. Divina e não apenas humana.
O modernista identifica a inspiração das Escrituras Sagradas com o
mesmo esclarecimento espiritual e sabedoria de que foram dotados tais
homens como: Platão, Sócrates, Browning, Shakespeare e outros gênios
do mundo literário, filosófico e religioso. A inspiração, dessa forma,
seria considerada apenas uma coisa puramente natural. Essa teoria rouba à
palavra inspiração todo o seu significado e não combina, em
absoluto, com o caráter sobrenatural e único da Bíblia.
2°. Única e não comum.
Alguns confundem a inspiração com o esclarecimento. Refere-se à
influência do Espírito Santo, comum a todos os cristãos, influência
que os ajuda a compreender as coisas de Deus. (1Co 2.4; Mt 16.17.)
Eles mantêm a opinião de que esse esclarecimento espiritual seja a
explicação adequada sobre a origem da Bíblia. Existe uma faculdade nos
homens, assim ensinam eles, pela qual se pode conhecer a Deus — uma espécie
de olho da sua alma. Quando os homens piedosos da antiguidade meditavam em
Deus, o Espírito Divino vivificava essa faculdade, dando-lhes
esclarecimentos dos mistérios divinos. Tal esclarecimento é prometido aos
crentes e tem sido experimentado por eles. Mas este esclarecimento não é
o mesmo que inspiração. Sabemos, segundo está escrito em 1Pedro
1.10-12, que às vezes os profetas recebiam verdades por inspiração
e lhes era negado esclarecimento necessário à sua compreensão dessas mesmas
verdades. O Espírito Santo inspirou-lhes as Palavras, mas não achou
por bem conceder-lhes a compreensão do seu significado. Descreve-se Caifás
como sendo o veículo duma mensagem inspirada (se bem que o foi
inconscientemente), apesar de não estar ele pensando em Deus. Nesse
momento ele foi inspirado, mas não esclarecido.
(João 11.49-52.) Notemos duas diferenças
especificas entre o esclarecimento e a inspiração:
1) Quanto à duração, o esclarecimento é, ou
pode ser, permanente. “Mas a vereda dos justos é
como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). A
unção que o crente [OBEDIENTE - QUE RENÚNCIA
- QUE CRUCIFICA A CARNE] recebeu do Espírito Santo
permanece nele, diz o apóstolo João (1João 2.20-27). Por
outro lado, a inspiração também era intermitente; o profeta não podia
profetizar à vontade, porém estava sujeito à vontade do Espírito. “Porque
a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum”,
declara Pedro, “mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo
Espírito Santo” (2 Pedro 1.21).
Que a inspiração profética viesse repentinamente está implícita na
expressão comum: "A palavra do Senhor veio" a este ou
àquele profeta. Uma distinção clara se faz entre os verdadeiros profetas,
que profetizam unicamente quando lhes vem à palavra do Senhor, e os
profetas falsos que proferem uma mensagem de sua própria invenção. (Jeremias
14.14; 23.11,16; Ezequiel 13.2,3).
2) O esclarecimento admite a graduação,
enquanto a inspiração não admite graduação alguma. Varia de pessoa para
pessoa o grau de esclarecimento, mas no caso da inspiração, no
sentido bíblico, a pessoa ou recebeu ou não recebeu a inspiração.
3°. Viva e não mecânica.
A inspiração não significa ditado, no sentido de que os escritores
fossem passivos, sem que tomassem parte as suas faculdades no registro da
mensagem, embora sejam algumas porções das Escrituras ditadas, como
por exemplo os Dez Mandamentos e a Oração Dominical. A
própria palavra inspiração exclui o sentido de ação meramente
mecânica, e a ação mecânica exclui qualquer sentido de inspiração. Por
exemplo, um homem de negócios não inspira
sua secretária ao ditar-lhe as cartas. Deus não falou pelos
homens como quem fala por um alto falante. Antes seu Divino Espírito
usou as suas faculdades mentais, produzindo desta maneira uma mensagem
perfeitamente divina, e que, ao mesmo tempo, conservasse os traços da
personalidade do autor. Embora seja a Palavra do Senhor, é ao mesmo tempo,
em certo sentido, a palavra de Moisés, ou de Paulo. “Deus nada fez a não
ser pelo homem; o homem nada fez, a não ser por Deus. é Deus quem fala no
homem, é Deus quem fala pelo homem, é Deus quem fala como homem, é Deus
quem fala a favor do homem.” O fato de haver cooperação divina e humana
na produção duma mensagem inspirada é bastante conhecido; mas "como"
se processa esta cooperação é mais difícil de explicar. [NÃO SE EXPLICA, É SOBRENATURAL. Ex.: "E DISSE
DEUS: AJUNTEM-SE AS ÁGUAS DEBAIXO DOS CÉUS NUM LUGAR, E APAREÇA A PORÇÃO
SECA; E ASSIM FOI" Gênesis 1.9]
Se o entrosamento de mente e corpo já é um mistério demasiado grande,
mesmo para o homem mais sábio; quanto mais não é o entrosamento do Espírito
de Deus e o espírito do homem!
4°. Completa e não somente parcial.
Segundo a teoria da inspiração parcial, os escritores seriam
preservados do erro em questões necessárias à salvação dos homens, mas não
em outras matérias como sejam: história, ciência, cronologia e
outras semelhantes. Portanto, segundo essa opinião, seria mais correto
dizer que “A Bíblia contém a Palavra, em lugar de dizer que é a Palavra
de Deus”. Essa teoria nos submergiria num pântano de incertezas, pois
quem pode, sem equívoco, julgar o que é e o que não é essencial à salvação?
Onde está a autoridade infalível que decida qual parte é a Palavra de Deus
e qual não o é? E se a história da Bíblia é falha, então a doutrina também
o é, porque a doutrina bíblica se baseia na história bíblica. Finalmente,
as Escrituras mesmas reivindicam para si a inspiração plenária. Cristo e
seus apóstolos aplicaram o termo "Palavra de Deus" a todo
o Antigo Testamento.
5°. Verbal e não apenas de conceitos.
Segundo outra teoria, Deus inspirou os pensamentos, mas não as palavras
dos escritores. Isto é, Deus inspirou os homens, e deixou ao critério deles
a seleção das palavras e das expressões. Mas a ênfase bíblica não está nos
homens inspirados, mas sim nas palavras inspiradas. “Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas” (Hebreus 1.1). “Homens santos de
Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21). Ainda mais, é difícil separar a palavra
do pensamento; um pensamento é uma palavra antes de ser ela proferida. (não
comeceis a dizer em vossos corações; o tolo disse em seu coração); uma
palavra é um pensamento ao qual se deu expressão. Pensamentos divinamente
inspirados naturalmente teriam sua expressão em palavras divinamente
inspiradas. Paulo nos fala de “palavras ensinadas pelo Espírito” (1Co 2.13). Finalmente, uma simples
palavra é citada como sendo o fundamento de doutrinas básicas. (João
10.35; Mt 22.42-45; Gál. 3.16; Hb 12.26,27.) Precisamos fazer
distinção também entre a revelação e a inspiração. Por revelação
queremos dizer aquele ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem
por si mesmo não podia saber; por inspiração queremos dizer que o escritor
é preservado de qualquer erro ao escrever essa revelação. Por exemplo,
os Dez Mandamentos foram revelados, e Moisés foi inspirado
ao registrá-los no Pentateuco. A inspiração nem sempre implica revelação;
por exemplo, Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo
havia presenciado e que dessa maneira estavam dentro do âmbito do seu
próprio conhecimento. Distingamos também entre as palavras inspiradas e os
registros inspirados. Por exemplo, muitos dizeres de Satanás são
registrados nas Escrituras e sabemos que o diabo certamente não foi
inspirado por Deus ao proferi-los [É O MESMO QUE DIZER QUE DEUS NÃO É SOBERANO, ANTES
DA FUNDAÇÃO DO MUNDO O SENHOR JÁ SABIA E TINHA O CONTROLE DAS
PALAVRAS DITAS NÃO SÓ POR ELE COMO EM TUDO E EM TODOS]; mas o registro dessas expressões satânicas
foi inspirado.
SOLA SCRIPTURA
As palavras “sola
scriptura” são do latim: “sola” tem a idéia de “somente”,
“chão”, “base”, e a palavra “scriptura” significa “escritos”
– em referência às Escrituras. Sola scriptura significa que somente
as Escrituras são autoridade de fé e prática do cristão. A Bíblia é
completa, dotada de autoridade e verdadeira (2Timóteo 3.16). Os reformadores
reafirmaram a supremacia da Escritura sobre a tradição. Todas as doutrinas
e ensinos forâneos à Escritura devem ser rejeitados. A Bíblia não é um
entre os muitos livros sagrados, ela é a eterna e infalível Palavra de
Deus. Sua origem é divina, seu conteúdo é infalível, sua mensagem é
salvadora. A Bíblia é a voz de Deus em linguagem humana. É o depositário de
toda vontade de Deus para o homem. João Calvino afirmou que a
Escritura é a escola do Espírito Santo na qual nem se tem
deixado de por coisa alguma necessária e útil de conhecer, nem tampouco se
ensina mais do que o que é preciso saber. A Bíblia é o livro por
excelência inspirado por Deus, escrito pelos homens [HOMENS PIEDOSOS], concebido no céu, nascido na terra,
odiado pelo inferno, pregado pela Igreja, perseguido pelo mundo e crido
pelos cristãos. Este livro bendito tem algumas características singulares.
A Palavra de Deus é a única autoridade para a fé
cristã. As tradições são válidas apenas quando são baseadas nas Escrituras
e estão em total concordância com as Escrituras. As tradições que
estão em contradição com a Bíblia não vêm de Deus e não constituem
em um aspecto válido da fé cristã. Sola Scriptura é a única forma de
evitar que a subjetividade e a opinião pessoal tirem a prioridade dos
ensinamentos da Bíblia. A essência da Sola Scriptura é basear sua
vida espiritual somente na Bíblia, e rejeitar qualquer tradição ou
ensino que não esteja em completa concordância com a Bíblia. “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Timóteo
2.15) ACF
. Argumentação Bíblica Para o Conceito de Sola Scriptura:
1°. As Escrituras
são a infalível Palavra de Deus escrita (Mateus 5.17-18; 22.29; João
10.35; 1Timóteo 5.18b; 2Tm 3.16-17; 2Pedro 1.20-21; 3.16; Apocalipse
22.18-19).
2°. As Escrituras
são a única Palavra de Deus verbal, infalível, e publicamente
acessível.
a. A pregação oral dos próprios apóstolos estava sujeita às
Escrituras, e eles próprios instruíram que deveriam ser rejeitados
quaisquer ensinamentos contrários às Escrituras cf. (At 17.11; Gl
1.8-9).
b. Os documentos do Novo Testamento produzidos no final da era dos
apóstolos instruem cristãos a se lembrarem das palavras dos profetas (Antigo
Testamento) e apóstolos (Novo Testamento), e não a buscarem a
Palavra de Deus em outros pregadores ou mestres supostamente inspirados cf.
(Hb 2.2-4; 2Pe 2.1; 3.1-3; Jd 3-4; 17).
c. O Novo Testamento indica explicitamente que os ofícios de
apóstolos e profetas existiram na primeira geração da igreja cristã.
As considerações acima excluem qualquer possibilidade de que possa haver
apóstolos e profetas nos nossos dias, produzindo novas revelações e
Escrituras.
3°. Somente os ensinamentos bíblicos que dizem respeito ao
conhecimento salvífico de Deus podem ser considerados obrigatórios para a
fé de todos os cristãos.
a. As Escrituras ensinam tudo que é necessário para a salvação e
para a obediência à vontade de Deus (2Tm 3.15-17), e, portanto,
doutrinas e práticas que não estão claramente fundamentadas nas Escrituras
não podem ser impostas à Igreja.
b. Não se pode permitir que diferenças que não afetam
fundamentalmente o relacionamento de uma pessoa com Deus em Cristo causem
divisões nocivas ao corpo de Cristo cf. (Rm 14).
A própria Bíblia incentiva
o livre exame das Escrituras:
a) Neemias 8.3 –“E leu no livro diante da praça, que está diante da
porta das águas, desde a alva até ao meio dia, perante homens e mulheres, e
os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao
livro da lei” - ACF
b) Efésios 3.4 – “Por isso,
quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo” -
ACF
c) II Timóteo 3.15 – “E que desde a
tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” - ACF
d) Mateus 24.15 – “Quando, pois, virdes que a abominação da
desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; (quem lê,
atenda)” - ACF
e) Mateus 21.42 – “Diz-lhes
Jesus: Nunca lestes nas Escrituras.....” - ACF
f) I João 2.20 – “E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo” -
ACF
g) João 5.39 – “Examinais as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de
mim testificam” - ACF
h) I João 2.27 – “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e
não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos
ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos
ensinou, assim nele permanecereis” - ACF
1°. SUA INSPIRAÇÃO
A Inspiração e Infalibilidade das Escrituras
Agora precisamos definir com mais clareza o
que é inspiração – pois ela é a base para a autoridade da Bíblia e para nossa confiança
nela. O que queremos dizer é que o Espírito de Deus supervisionou o
processo de escrituração da revelação de tal maneira que:
·
Tudo o que os autores
humanos escreveram é verdadeiro. Isto se estende até a escolha das palavras.
·
Eles foram preservados de
registrar informações e conceitos errados, geográficos, históricos, morais ou
espirituais.
·
Não podemos separar
informações históricas de doutrinas. Ex: a ressurreição de Jesus é um
evento histórico e o ponto doutrinário central.
·
Portanto, a Bíblia é a
própria Palavra de Deus, confiável e autoritativa e infalível e inerrante.
Toda a Escritura é inspirada por Deus. Ela não é fruto da lucubração humana,
mas da revelação divina. Ela não procede de homens, mas de Deus. Por isso,
nenhum homem, Igreja ou concilio tem autoridade para acrescentar a ela
coisa alguma ou dela retirar sequer uma palavra. O liberalismo teológico
tenta esvaziar a Bíblia do seu conteúdo infalível. Com sua loucura
desvairada ele esforça-se para dizer que a Bíblia está eivada de erros e
contradições e assim, rejeita partes dela como incompatíveis com a razão
humana.
Já o misticismo pragmático, contraditoriamente, ao mesmo tempo em que
diz crer na Bíblia busca revelações forâneas a ela. Ambos, liberalismo e
misticismo estão em desacordo com o ensino da Escritura.
“E temos, mui firme, a
palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz
que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva
apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma
profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia
nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de
Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pedro
1.19-21) ACF
2°. SUA AUTORIDADE
A Bíblia é a suprema autoridade em questão de fé e conduta. Ela é a
nossa única regra de fé e prática. A autoridade da própria Igreja não
procede de qualquer Igreja ou concílio. A autoridade da própria Igreja
precisa estar debaixo da autoridade da Escritura. Nenhum dogma ou
experiência pode ser aceito se não tiver base na Palavra de Deus. A Bíblia
não apenas contém a Palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus. Ela não
precisa despertar no homem qualquer sentimento ou desejo para tornar-se
Palavra de Deus. Sua autoridade não vem de fora, mas de sua própria origem
e conteúdo. A Bíblia não tem uma opinião ou uma palavra sobre as
questões vitais que aborda, mas a verdade última, final e absoluta.
“Lâmpada para os meus pés
é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105) ACF
3°. SUA INERRÂNCIA
A Bíblia não contém erros. Ela é infalível em sua mensagem e inerrante
em seu conteúdo. Ela tem saído incólume de todos os ataques: tem vencido a
fogueira dos intolerantes e triunfado sobre a prepotência dos críticos
arrogantes. A Bíblia é a bigorna de Deus que tem quebrado todos os
martelos dos céticos. A enxada e a pá dos arqueólogos desmentem a falsa
sapiência daqueles que se insurgiram contra sua infalibilidade.
“Porventura a minha
palavra não é como o fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiuça a
pedra?”
(Jr 23.29) ACF
4°. SUA SUFICIÊNCIA
A Bíblia é absolutamente suficiente para nos ensinar, exortar e equipar
para conhecermos a vontade de Deus e obedecê-la. Buscar outros meios fora
da Escritura como profecias, revelações, sonhos e visões está em total
desacordo com o ensino da própria Escritura. Não podemos aceitar a
autoridade da Bíblia e ao mesmo tempo corrermos atrás de outras fontes para
conhecermos o que Deus tem para nós. Eis o que diz o Artigo V da
Confissão da Igreja Reformada da França, adotada em 1559:
"Não é lícito aos
homens, nem mesmo aos anjos, fazer, nas Santas Escrituras, qualquer acréscimo,
diminuição ou mudança. Por conseguinte, nem a antiguidade, nem os costumes,
nem a multidão, nem a sabedoria humana, nem os pensamentos, nem as
sentenças, nem os editos, nem os decretos, nem os concílios, nem as visões,
nem os milagres, devem contrapor-se as estas Santas Escrituras; mas, ao
contrário, por elas é que todas as coisas se devem examinar, regular e
reformar."
CONCLUSÃO
. As Escrituras
são, por definição, a única Palavra de Deus escrita, e a única expressão
verbal das verdades de Deus publicamente acessível, visível, e infalível no
mundo. Somente aquelas verdades sobre a natureza de Deus e nosso
relacionamento salvífico com Ele que são claramente ensinadas nas
Escrituras, ou claramente derivadas dos ensinamentos das Escrituras, são
necessárias à fé dos cristãos.
· A Bíblia foi concebido no
Céu, produzida na Terra, odiada pelo inferno, amada na Igreja. É a bússola
de todos [SÓ DOS REMANESCENTES] cristãos.
·
A Bíblia é a biblioteca do
Espírito Santo, Ela é mais doce do que mel cf. (Salmos 119.103).
· Deus vigia a sua Palavra
para se cumprir, e a sua Palavra não volta para Ele vazia cf. (Jeremias 1.12; Isaías 55.11; Provérbios
30.5-6).
- “E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu
velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr 1.12) ACF
- “Assim será a minha palavra, que sair da
minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e
prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11) ACF
- “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para
os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te
repreenda e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5-6) ACF
· A Palavra de Deus: Ela participa
dos atributos do próprio Deus. Ela é viva e plena de atividade e poder de
realização.
Nela o próprio Deus acha-se ativo, pelo que ela
jamais deixa de produzir resultado: traz salvação ou julgamento.
Ela penetra até o mais íntimo do ser do homem, como se fosse um bisturi
dissecador, e força uma aberta e radical divisão e distinção entre as coisas
que diferem na vida humana. Põe sob juízo os pensamentos e as idéias da
mente e da vontade humanas. Ela é o "crítico" (gr. kritikos)
(apta para discernir) pelo qual somos julgados. Confrontado por ela,
o homem é confrontado por Deus, perante a qual nada pode ser ocultado. De
fato a Palavra de Deus nos deixa cônscios de que todas as coisas estão
descobertas e patentes, plenamente expostas ao olhar perscrutador de Deus.
E é justamente a Ele, o Deus onde se originou essa Palavra, que todos
quantos ouvem-na (gr. logos) terão de finalmente dar uma
resposta com sua própria palavra ou "prestação de contas" (gr.
logos).
“Porque a palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e
penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”
(Hebreus 4.12) ACF.
Ela também é
uma Espada: “... e a espada do Espírito, que é a palavra de
Deus” (Ef 6.17) ACF
. Testemunho de
Jesus Cristo sobre as Escrituras - Autenticado por Jesus
Cristo: Cristo
recebeu o A.T. como relato verídico. Ele endossou grande número de
ensinamentos do A.T., como, por exemplo: A criação do
universo por Deus (Marcos 13.19),
a criação do homem (Mateus 19.4,5), a existência de
Satanás (João 8.44), o dilúvio (Lucas 17.26,27), a destruição de Sodoma e
Gomorra (Lucas 17.28-30), a
revelação de Deus a Moisés na sarça (Marcos
12.26), a dádiva do maná (João
6.32), a experiência de Jonas dentro do grande peixe (Mateus 12.39,40). Como Jesus era Deus
manifesto em carne, Ele conhecia os fatos, e não podia se acomodar a idéias
errôneas, e, ao mesmo tempo ser honesto. Seu testemunho deve, portanto, ser
aceito como verdadeiro.
. "A Bíblia é a fonte primária pela qual
conheceremos a Deus, seu plano e sua vontade, desconhecê-la é desconhecer a
Deus, negligenciá-la é negligenciar a vontade de Deus. Portanto, leia [EXAMINE, COMA-A; MASTIGUE, caso contrário não chegará a lugar algum] a Bíblia e conheça a Deus!"
. Nenhuma visão ou revelação contemporânea [OU DE
TEMPOS PASSADOS] possui a mesma qualidade e valor da Revelação expressa nas
Sagradas Escrituras, insubstituível e imutável cf. (Ap 22.18,19; Pv 30.5-6). [REFUTO - O DESPREZO POR NÃO CREREM E NÃO ACEITAREM
AS PROFECIAS, REJEITAM O PRÓPRIO DEUS E SUA PALAVRA - A PROFECIA BÍBLICA É
A MAIOR DAS PROFECIAS, VISÕES OU REVELAÇÕES EM QUALQUER ÉPOCA - Pv 29.18 NÃO
HAVENDO PROFECIA, O POVO PERECE; PORÉM O QUE GUARDA A LEI, ESSE É BEM
AVENTURADO. - 1 Ts 5.20 NÃO DESPREZEIS AS PROFECIAS - A PROFECIA É UM DOM
ESPIRITUAL Ver 1 Co 12.7-11,31 - 14.1 SEGUI O AMOR, E PROCURAI COM ZELO OS DONS
ESPIRITUAIS, MAS PRINCIPALMENTE O DE PROFETIZAR 3 MAS O QUE
PROFETIZA FALA AOS HOMENS PARA EDIFICAÇÃO, EXORTAÇÃO E CONSOLAÇÃO. 4 ...MAS O QUE
PROFETIZA EDIFICA A IGREJA. 12 ASSIM TAMBÉM VÓS, COMO DESEJAIS DONS ESPIRITUAIS,
PROCURAI ABUNDAR NELES, PARA EDIFICAÇÃO (O APERFEIÇOAMENTO) DA IGREJA. 31 PORQUE TODOS
PODEREIS PROFETIZAR, UNS DEPOIS DOS OUTROS; PARA QUE TODOS APRENDAM, E TODOS
SEJAM CONSOLADOS. 39 PORTANTO, IRMÃOS, PROCURAI, COM ZELO, PROFETIZAR, E
NÃO PROIBAIS FALAR LÍNGUAS. Ap 19.10c ADORA A DEUS; PORQUE O TESTEMUNHO DE JESUS É O
ESPÍRITO DE PROFECIA. Joel 2.28 E HÁ DE SER QUE, DEPOIS DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO
SOBRE TODA A CARNE, E VOSSOS FILHOS E VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO, OS VOSSOS
VELHOS TERÃO SONHOS, OS VOSSOS JOVENS TERÃO VISÕES (ESSA PROMESSA É PARA
ANTES QUE VENHA O GRANDE E TERRÍVEL DIA DO SENHOR v.31)].
. Visões ou revelações não podem ser entendidas
como a forma mais eficiente de Deus indicar a Sua vontade e orientar o Seu
povo. A Bíblia é a fonte de descobertas da vontade do Senhor, e a bússola
precisa para dirigir os santos. Além desse instrumento útil (2 Tm 3.16,17), o povo de Deus desfruta da
ação do Espírito Santo em sua vida, aclarando a Palavra ao espírito
humano e guiando-o a toda verdade (Jo 16.13).
. É a operação divina que garante a
permanência da Palavra Escrita, com base na aliança que Deus fez
acerca de Sua Palavra Eterna cf. (Sl 119.89,152; Mt 24.35;
1Pe 1.23; Jo 10.35). Os céus e a terra passarão (Hb 12.26,27; 2Pe
3.10) mas a Palavra de Deus permanecerá (Mt 24.35; Hb 12.28; Is
40.8; 2Pe 1.19). A preservação das Escrituras, como o cuidado
divino para a sua criação e formação do cânon, não foi acidental,
nem incidental, mas sim o cumprimento de uma promessa divina. A Bíblia é
eterna, ela permanece porque nenhuma Palavra que DEUS tenha dito
pode ser removida ou abalada; nem uma vírgula ou um ponto do testemunho
divino pode passar até que seja cumprido. “Quando pensamos no fato da
Bíblia ter sido objeto especial de infindável perseguição, a maravilha da
sua sobrevivência se transforma em milagre... Por dois mil anos, o ódio do
homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e homicida.
Todo esforço possível tem sido feito para corroer a fé na inspiração e
autoridade da Bíblia, e inúmeras operações têm sido levadas a efeito
para fazê-la desaparecer. Decretos imperiais têm sido passados ordenando
que todas as cópias existentes da Bíblia fossem destruídas, e quando essa
medida não conseguiu exterminar e aniquilar a Palavra de Deus, ordens foram
dadas para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma cópia das Escrituras
fosse morta.” (Arthur W. Pink. The Divine Inspiration of the
Bible = A Inspiração Divina da Bíblia).
A Bíblia permanece até hoje porque o próprio Deus tem se empenhado em
preservá-la. Quando o rei Jeoiaquim queimou um rolo das
Escrituras, Deus mesmo determinou a Jeremias que reescrevesse as
palavras que haviam sido queimadas cf. (Jr 36.27,28), e ainda determinou
maldições sobre o rei, por haver tentado destruir a Palavra de Deus (Jr 36.29,31). Ademais Deus acrescentou ao
segundo rolo outras palavras que não se encontravam no primeiro (Jr 36.32), pois a Palavra de Deus
sempre há de prevalecer sobre a palavra do homem (Jr 44.17,28; At 19.19,20). Deve ficar esclarecido que
Deus tem preservado apenas a Sua Palavra inspirada, aquilo que deve
ser considerado como revelação de Deus. Hoje a estratégia de Satanás sobre
a Palavra de Deus é diferente, pois já que ele não consegue
destruí-la, procura desacreditá-la (negando sua inspiração) e
corrompê-la com interpretações pervertidas da verdade (ITm 4.1,2; 2Ts 2.9-12). A nós, pois como
igreja, cabe a responsabilidade de defender e preservar a verdade (1Tm 3.15) com o mesmo anseio que
caracterizava a vida de Paulo (Fp 1.7,16).
. A Bíblia é mesmo
exclusiva, pois ela é a única fonte adequada e com autoridade divina pela
qual podemos obter informações acerca das coisas espirituais e pertencentes
à salvação. Portanto, ela não autoriza nenhuma outra fonte, nem
experiências particulares vividas por quem quer que seja. Muito embora Deus
se revele através da sua imagem em nós consciência cf. (Rm 2.14-15) e das
coisas criadas cf. (Rm 1.19-20), entretanto é
através de sua revelação especial nas Escrituras que temos uma forma segura
o conhecimento do mundo invisível e espiritual que nos cerca. A Bíblia é plenamente
suficiente e capaz de nos revelar todo o conhecimento que precisamos ter
nesse mundo acerca de Deus e do Seu plano para o homem, dando condições
para que sejamos habilitados para o serviço cristão. A Bíblia é o alimento
espiritual que saciará nossa alma e afastará nosso corpo do pecado.
Os
Cristãos Primitivos Usavam Somente as Escrituras para Determinar a Verdade:
Paulo - Atos 17.2: “E Paulo, como
tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou com eles
sobre as Escrituras” - ACF
Atos 18.28: “Porque com
grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas
Escrituras que Jesus era o Cristo” - ACF
Os Bereanos - Atos 17.11: “Ora, estes
foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado
receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas
eram assim” - ACF
Ainda que os apóstolos foram inspirados por Deus e
chegaram a transmitir isto por algum tempo de forma oral, os bereanos
foram direto nas Escrituras para determinar a verdade final. A
Tradição oral é sem valor sem o testemunho das sagradas Escritura! Diferente
dos bereanos, os católicos nunca deixariam você procurar a verdade
final nas Escrituras porque acreditam que sem a interpretação final da sua
igreja através da tradição oral você não pode compreendê-la. Mas veja que Paulo
não censurou aqueles cristãos, antes foram elogiados por Lucas como "mais
nobres" do que os outros por aderirem ao princípio do Sola
Scriptura.
a) A Igreja estava
envolvida com as Escrituras
“Persiste em ler, exortar
e ensinar, até que eu vá” (1Tm 4.13) ACF
b) As Escrituras é
compreensível até mesmo para uma criança
“E que desde a tua
meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3.15) ACF
c) Leia e você
entenderá...
O homem natural não pode ter uma
compreensão plena das Escrituras, sem a iluminação do ESPÍRITO
SANTO.
Quando a Palavra é
iluminada pelo ESPÍRITO SANTO, Ela traz Salvação e Arrependimento de
Pecados:
“...e eis que um
homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual
era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para
adoração, Regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E
disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. E, correndo
Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E
ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a
Filipe que subisse e com ele se assentasse. E o lugar da Escritura que lia
era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o
cordeiro diante do que o tosquia, Assim não abriu a sua boca. Na sua
humilhação foi tirado o seu julgamento; E quem contará a sua geração?
Porque a sua vida é tirada da terra. E, respondendo o eunuco a Filipe,
disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?
Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou
a Jesus. E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o
eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É
lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que
Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à
água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.27-38)
ACF
Pois escrevemos a vocês
somente o que vocês podem ler e entender. Agora vocês nos entendem só em
parte, mas espero que cheguem a nos compreender completamente, para que, no
Dia do nosso Senhor Jesus, vocês tenham orgulho de nós, como nós temos de
vocês.
d) Devemos ficar somente
com o que está escrito
“E eu, irmãos, apliquei
estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em
nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a
favor de um contra outro” (1Co 4.6) ACF
e) As Escrituras são
suficientes para qualquer área da nossa vida
“Toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito,
e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16-17) ACF
f) Se porventura existisse
somente os escritos de João, ele sozinho seria suficiente para mostrar a
salvação em Jesus Cristo.
- “Estes, porém, foram
escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31)ACF
- “Estas coisas vos
escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que
tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus” (1Jo
5.13)ACF
g) Somente as Escrituras
trazem esperança e gozo
“Porque tudo o que dantes
foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e
consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Rm 15.4)ACF
. “Examinais as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de
mim testificam” (Jo 5.39)
“Seca-se a erva, e cai a flor,
porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8)ACF
“E que desde a tua
meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente
inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para
instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente instruído para toda a boa obra”
(2Tm 3.15-17)ACF
SOLA SCRIPTURA – Somente as Escrituras
Israel
Reis <israelzaca@terra.com.br>
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Fonte:
CACP – Centro Apologético Cristão de Pesquisas
Bíblia Almeida Corrigida Fiel – (SBTB)
Myer Pearlman – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – ed. vida
PS. A FOTO DA BÍBLIA E TODO TEXTO EM COR VERDE ENTRE COLCHETES É DA
AUTORIA DESTE BLOG.
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